Diversão, sem cair no escracho. Trupizupe, o Raio da Silibrina acerta no tom da comédia de costumes e conta a história de um típico espertalhão, desses que tanto rondam os causos populares nordestinos. A peça, escrita por Bráulio Tavares em 1979, está em cartaz no Teatro do Parque, aos sábados e domingos de junho, sempre às 20h.
A peça musicada conta a história do personagem-título, um andarilho vivido por Carlos Lira, que chega a um reino estrangeiro e corrupto. Preso por desacato à autoridade, Trupizupe conhece o atrapalhado Pancrácio, comicamente interpretado por Cleusson Vieira, condenado a sessenta anos de prisão por ter "perdido" um valioso anel do Rei, vivido por Hilton Azevedo. Na verdade, ele roubou o anel e espera o fim da pena para vender a jóia e ficar rico.
De posse de um estranho documento-recomendação, Trupizupe se passa por nobre para ganhar a mão da Princesa Genoveva Lucindescai da Baviera. Consegue o feito num jogo de adivinhação, no qual quem erra a pergunta morre decapitado. Com referências a personalidades da cena local e a casos verídicos da atualidade, a montagem conta ainda com a interatividade da platéia, o que acontece sem constrangimentos.
Com um figurino bastante apurado, o elenco esbanja simpatia e competência na montagem dirigida por José Manoel. Leidson Ferraz se desdobra em oito personagens e Hilda Torres vive a princesa "saidinha", dona de uma risada que encabula. Os poucos elementos cenográficos utilizados acompanham o figurino. A trilha sonora que, logo no início da peça, parece um tanto enfadonha e deslocada, consegue se adequar com perfeição ao longo da montagem.
Longe de ser uma peça ingênua, Trupizupe, o Raio da Silibrina esbanja malícia típica dos causos nordestinos, mas sem cair na vulgaridade. E esse é o maior mérito da montagem que, ao que tudo indica, já caiu no gosto do público recifense.
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